SVB desperta temor de falta de dinheiro para insurtechs

A falência do Silicon Valley Bank não afetou diretamente o caixa das startups de seguros, entretanto, é um sintoma de que o momento é de desinvestimento.

por InsurMarket Latam

O Silicon Valley Bank era um dos principais bancos de investimento em tecnologia do mundo, que sofreu um grande baque depois que os clientes foram ao banco para sacar cerca de US$ 42 milhões, após um comunicado da empresa de que necessitava levantar capital para continuar sua operação. Para evitar um colapso financeiro maior, o governo americano interveio e ofereceu um pacote de ajuda financeira aos clientes do SVB.

O caso do SVB gera uma grande pergunta, se este caso é isolado ou não. Hugo Assis, Sócio Líder da Indústria de Seguros para Latam da Accenture, relata que o que aconteceu com o banco, com a venda dos títulos prefixados, com média de rentabilidade de 1,98% – enquanto o juro americano estava em 4% – fez com que ele realizasse um grande prejuízo. “Resta saber, quantos bancos estão na mesma situação?”, indaga.

A relação deste banco com as startups, principalmente as insurtechs, está na escassez de dinheiro.

Com a taxa de juros alta, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, os investidores (seja através de Venture Capital ou pessoas físicas) têm opções mais seguras para investir”, aponta Assis.

As insurtechs vinham crescendo sem rentabilidade. Elas aumentam, ganham participação de mercado, mas possuem contratos frágeis, sem negócios que proporcionem tranquilidade para o investidor.

Não sabemos exatamente os resultados, porque os dados são fechados. As insurtechs, mesmo as capitalizadas, continuam dando prejuízos”, conta Assis, ressaltando que isso não é um problema quando a liquidez está alta no mercado.

Entretanto, na recessão, o acionista cobra rentabilidade ou mais participação acionária nas empresas.

O consultor aponta três movimentos possíveis: com a escassez de recursos, as insurtechs terão que enxugar seus gastos para buscar rentabilidade no curto prazo. Se elas não encontrarem outras fontes de investimento precisarão ser sustentáveis; as fusões de insurtechs serão mais comuns para potencializar a rentabilidade; por fim, as aquisições pelos clientes que estão consumindo os produtos das insurtechs. Lembrando que as insurtechs são soluções complementares para os incumbentes.

Há algum tempo, o valuation das insurtechs era maior do que muitas seguradoras. Agora, elas devem ser comercializadas a valor de mercado.

A queda de disponibilidade atrasa a inovação, porque este processo é uma página em branco, vindo de fora para dentro.

Com ideias e boas pessoas a inovação acontece de forma natural. Estas quebras do mercado financeiro pode diminuir a quantidade de insurtechs e inibir a criação de novas”, avalia Assis.

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