Brasil possui 32,2 milhões de usuários de planos odontológicos

Setor de planos odontológicos segue estável e planos de assistência médica mantém quase 59 milhões de usuários.

por InsurMarket Latam
Vera Valente, da Fenasaúde

Até outubro de 2023, o setor de saúde suplementar alcançou um total de 50.870.096 usuários em planos de assistência médica, enquanto os planos exclusivamente odontológicos contabilizaram 32.187.275 usuários. Nos planos médico-hospitalares, observou-se um aumento de 963.382 beneficiários em comparação a outubro de 2022, entretanto, em relação a setembro de 2023, houve uma diminuição de 11.149 usuários. Quanto aos planos exclusivamente odontológicos, houve um acréscimo de 2.417.157 beneficiários em um ano e 291.851 na comparação de outubro com o mês anterior.

Analisando os estados, em comparação com outubro de 2022, o setor apresentou um crescimento no número de beneficiários em planos de assistência médica em 24 unidades federativas, destacando-se São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais como os estados com maior crescimento em números absolutos. Quanto aos planos odontológicos, as 26 unidades federativas registraram crescimento anual, com São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro liderando em números absolutos.

Combate às fraudes

Há aproximadamente um ano, os planos de saúde iniciaram um movimento para intensificar a fiscalização a fim de prevenir, coibir e combater as fraudes no setor. O marco desse movimento ocorreu em outubro de 2022, quando a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade representativa das principais operadoras de planos de saúde do país, protocolou uma notícia-crime para investigar empresas de fachada envolvidas em fraudes no valor de R$ 51 milhões. Em março deste ano, a entidade lançou a campanha “Saúde Sem Fraude”, que obteve adesão do setor e mobilizou as principais entidades para fortalecer as ações e promover o uso adequado dos planos de saúde.

O alerta emitido pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) foi confirmado por meio de uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), conduzida pela consultoria Ernst & Young (EY). Os resultados revelaram que as fraudes e desperdícios causaram perdas estimadas entre R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões às operadoras de planos de saúde somente em 2022. A análise considerou dados financeiros desse ano, informações sobre fraudes no setor e envolveu entrevistas e questionários com 14 operadoras, especialistas jurídicos, profissionais de auditoria médica, empresas de tecnologia e instituições relacionadas.

“Esses valores prejudicam diretamente os beneficiários de planos de saúde e as operadoras, que representam uma engrenagem crucial para o funcionamento do sistema de saúde do país. No final, todos acabam arcando com essa conta”

Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.

Desde a identificação do aumento das fraudes contra planos de saúde, as empresas associadas à FenaSaúde têm intensificado as medidas para combater ações prejudiciais aos beneficiários e ao sistema de saúde como um todo. As operadoras de saúde mantêm áreas específicas e utilizam mecanismos como token e biometria facial para tentar conter a atuação de fraudadores, além de investirem em tecnologias, como sistemas de prevenção e inteligência artificial para identificação de casos suspeitos. Os indícios de crime são coletados e encaminhados às autoridades de investigação para as medidas cabíveis.

 

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