“A criação da Câmara Paraguaia de Insurtech marca o início de uma nova era do seguro em nosso país”

No dia 15 de novembro passado, ocorreu um evento em Assunção, onde foi lançada a Câmara Paraguaia de Insurtech (CAPI). Reuniu mais de uma centena de executivos, com representantes de todos os atores do mercado. A partir da nova entidade, buscam ser protagonistas na disrupção insurtech.

por InsurMarket Latam

ENVIADOS ESPECIAIS.- InsurMarket Latam esteve presente em Assunção, sendo parte do lançamento da Câmara Paraguaia de Insurtech (CAPI). Trata-se de uma nova associação, idealizada em 2022 e formalizada oficialmente em março deste ano, presidida por Alberto Duarte, com longa trajetória em uma das principais seguradoras locais.

A sede do encontro, realizado na última quarta-feira, 15 de novembro/23, foi o último andar do edifício AYMAC III, um dos mais modernos da cidade. O evento encerrou com um coquetel, que serviu para trocar experiências, fortalecer laços e criar novos contatos entre os diretores presentes, tanto do ecossistema insurtech quanto de seguradoras, resseguradoras, corretores, associações empresariais e de agentes de seguros, além do órgão de controle, que contou com a presença da Superintendente de Seguros.

Antes disso, houve espaço para várias palestras, um painel de debate muito interessante com quatro seguradoras (ver nota com o melhor do mesmo) e a palavra do anfitrião.

Alberto Duarte focou na estabilidade econômica do Paraguai, sua baixa inflação e alta previsibilidade para fazer negócios, o que resulta em muitos investimentos estrangeiros, muitos deles no mercado de seguros. Atualmente, é um setor com baixa cultura de seguros, sem seguros obrigatórios, e com muito espaço para crescer, com uma participação de apenas 1,1% em relação ao PIB (versus uma média mundial de 7,1%).

Nosso desafio como indústria é aumentá-la para 3% nos próximos 5 anos, aplicando tecnologia para tornar o seguro mais acessível”, afirmou Duarte.

Sobre a lacuna de proteção do seguro, é observado que no Paraguai é a pior em toda a América Latina, por isso, o objetivo é “poder crescer 5,8 vezes mais sobre a produção atual”.

Para o presidente da CAPI, “a tecnologia é fundamental e o boom insurtech requer mais financiamento de capital de risco”. Nesse sentido, a câmara visa unir todo o mercado “para adotar as últimas tecnologias e modernizar processos, com uma melhor experiência do cliente para toda a população”.

Portanto, ele afirma que “a criação da Câmara Paraguaia de Insurtech marca o início de uma nova era do seguro em nosso país”, elogiou.

Nesse sentido, eles trabalharão “apoiando projetos inovadores e tecnológicos para o progresso empresarial que acelerem a transformação da indústria”, e o farão junto com todo o mercado “nas melhorias tecnológicas que permitam melhorias contínuas, desde a padronização de processos, passando por toda a cadeia de valor do negócio”. Além disso, eles visarão o desenvolvimento da cultura de seguros no Paraguai, “promovendo a importância da digitalização na inclusão financeira” e “impulsionando um quadro regulatório que respalde a evolução tecnológica no setor”.

 

Outras vozes

“Não devemos ter medo de perder colaboradores para a tecnologia. Devemos nos unir, abraçar a digitalização e fazer com que os colaboradores fluam junto com a tecnologia”, afirmou Martín Smith, Presidente da Pro Global, na primeira palestra da tarde-noite.

O executivo referiu-se ao forte impacto da Inteligência Artificial no mundo empresarial global, que prevê que, até 2023, 8 em cada 10 dispositivos incorporarão essa tecnologia. Para o próximo ano, revelou, haverá 8,4 bilhões de assistentes de voz digitais com IA no mundo, ultrapassando a população mundial.

Para o seguro, isso implicará em evoluir os métodos de trabalho, otimizar processos, reduzir tarefas manuais e fazer com que as equipes se concentrem nas tarefas relevantes”, elogiou.

Em sua palestra, Daniel Gabas, Diretor da FraudKeeper, insurtech dedicada à detecção e prevenção de fraudes, mostrou como a IA pode gerar e detectar fotos retocadas em caso de sinistro e de que forma as plataformas tecnológicas hoje definem e aprendem padrões de sinistros com comportamentos potencialmente fraudulentos.

A melhor combinação é usar o melhor do antigo (regras de negócios, fontes externas, gestão de equipes e conhecimento individual) com o melhor do novo (automação, Machine Learning e Inteligência Artificial)”, afirmou Gabas.

“Todos nós estamos sendo parte de um momento chave para a América Latina, onde inovação, criatividade e tecnologia convergem não apenas para os usuários, mas para todos nós”, disse Yamila Satuf, Lead Project Manager da Desol, insurtech que, entre suas soluções, vem desenvolvendo chatbots para fornecer respostas ágeis e amigáveis via WhatsApp às seguradoras. Com isso, eles conseguiram que a IA responda a 65% das consultas que anteriormente eram direcionadas a um call center com atendimento humano.

Os chatbots podem revolucionar a indústria de seguros na era digital”, destacou, mostrando exemplos concretos do poder da tecnologia a serviço do seguro e de seus participantes.

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