ENTREVISTA EXCLUSIVA.- A indústria de seguros na América Latina pode estar no início de um período de dois anos de desafios muito mais complexos e agudos do que aqueles enfrentados desde o início da pandemia de covid.
Aumento da inflação global, tendência ascendente das taxas de juros, aperto do mercado de resseguros nas negociações e levantamento das restrições relacionadas ao bloqueio: esses são os principais fatores de risco a serem levados em consideração para determinar se devemos ou não acreditar em uma tendência desfavorável para o setor de seguros na região.
Para explicar o contexto e os possíveis desdobramentos dessa situação, Alfonso Novelo, diretor sênior de análise da AM Best, afirma que para a América Latina a visão da agência de rating para médio e longo prazo é conservadora e com perspectivas negativas em quase todos os mercados.
Temos observado em toda a região que empresas com exposições a diferentes taxas de câmbio têm optado por manter uma política cambial ou posições o mais próximas possível do casamento perfeito”, diz o executivo da agência de rating.
Isso se deve, segundo o especialista, ao constante risco cambial das moedas da região, que acabou com o apetite por posições compradas em dólares.
Em geral, o setor de seguros resistiu muito bem aos últimos dois anos, mas ainda há desafios pela frente. Não estamos tão otimistas”, prevê no heads-up com a InsurMarket Latam.
