O impacto da “geração Y” para as insurtechs

Os millennials -nascidos entre 1985 e 1991- são considerados nativos digitais e têm maior concentração na América Latina, com impacto expressivo para atuação das insurtechs.

por InsurMarket Latam

As startups do mercado de seguros estão direcionando sua atuação para os nativos digitais, os millennials ou geração Y. De acordo com pesquisa da Jobplex e DHR, eles aparecem como o maior público do mercado de seguros em 2021. Por isso, é natural que as empresas direcionem seus produtos para este público.

De acordo com Leonardo Lourenço, Head Geral da Simple2U, startup de seguros digitais especializada no modelo sob demanda, a compreensão sobre o que o ‘millennial’ quer foi mudando ao longo do tempo.

No Brasil, eles são 50% da força de trabalho. Antes deles ficarem maduros para consumirem no universo do seguro, pensávamos que eles queriam uma experiência 100% digital”, afirma o executivo.

Quando estas pessoas começaram a entrar no mercado de consumo, percebeu-se que havia interpretações erradas, como exemplo, o fim da intermediação. “Por mais que se use mecanismos digitais para trazer velocidade, eficiência operacional, clareza e flexibilidade, a presença do mediador inclui ainda mais pessoas. Outro exemplo é achar que o que o millennial queria era apenas agilidade, esquecendo do ponto mais básico: relevância do produto para a audiência”, revela Lourenço.

Os millenials precisam se identificar com o provedor de produtos e serviços de alguma maneira para poder consumir. Lourenço acredita que este tipo de cliente esteja preparado para pagar mais pelos atributos que eles valorizam. “O ASG (Ambiente, Social e Governança) é um componente. Todo e qualquer princípio que uma empresa carrega em sua atividade comercial é valorizado pelos novos consumidores”.

Nós nos voltamos para uma proposta de valor que fosse muito justa para quem está comprando: você tem a liberdade de escolher o seguro que você quer e só vai pagar pelo período que quiser. O poder é seu. Estou aqui para te servir da forma que você desejar. Isso é 100% a mentalidade do millennial”, explica Lourenço.

As insurtechs precisam ser objetivas na hora de entregar, mas com muita justiça na elaboração e comunicação sobre produtos e serviços. Este público tem as mesmas necessidades dos mais velhos, como planejamento de aposentadoria, por exemplo. Mas a insurtech precisa ter um papel diferente para sensibilizar sobre as coberturas. Por outro lado, para esta mesma pessoa há demandas de curtíssimo prazo, do dia-a-dia. “Nesse caso, a insurtech vai abraçar muito do relacionamento e ao intermediário caberá entender quem são os clusters e onde eles estão e como acessá-los”, elabora Lourenço, completando que a atividade individual será assumida pelas insurtechs.

O consumidor terá tudo dentro de um aplicativo, com a dinâmica de liga e desliga do seguro. “O produto do jovem pode ser qualquer um, lembrando que a tendência é ele não fazer compromisso de longo prazo, com comprometimento menor.

O papel da insurtech é de aceleradora junto com o intermediador do compromisso de longo prazo e de grande veiculo de massificação para produtos de curto prazo”, prevê o head da Simple2U.

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