FIDES 2023: Corretor continuará liderando a distribuição de seguros na América Latina

Apesar da venda direta e dos canais digitais, corretor de seguros continua como canal mais eficiente e com maior representatividade.

por InsurMarket Latam

(RIO DE JANEIRO) ENVIADOS ESPECIAIS.- A FIDES Rio 2023 teve um painel dedicado à distribuição dos produtos de seguros na América Latina. Armando Vergilio, presidente da Federação dos Corretores de Seguros, no Brasil, afirmou que a utilização da tecnologia é inexorável.

Não há como frear o seu avanço. É preciso entender esse movimento e aproveitar ao máximo o que a tecnologia pode nos proporcionar. Entretanto, esses avanços nunca terão o condão de afastar o corretor de seguros, que possui a perspicácia e a tenacidade de enfrentar os desafios e os obstáculos com muita perseverança, resiliência e, sobretudo, humanidade”, apontou Vergilio.

Vergilio ponderou que o Brasil é uma democracia estável e consolidada, conforme demonstrado e testado nos últimos 10 meses, inclusive nas últimas eleições, em 2022. “Além disso, tem um sistema judicial independente e uma imprensa livre e ativa. Possui sólidas instituições, bem como um sistema de freios e contrapesos que garante a estabilidade dos três poderes harmônicos e independentes”.

O presidente da Fenacor destacou que o maior desafio é a falta de produtos inovadores e a concentração evidente e iminente do mercado de seguros, que possibilitam, no Brasil, o surgimento de associações de proteção veicular que ocupam o espaço deixado por seguradoras para atender consumidores de menor poder aquisitivo, que as sociedades seguradoras não têm interesse ou não conseguem subscrever pelas razões mais diversas possíveis.

Os corretores de seguros representam o principal canal de distribuição de seguros do país sendo formado basicamente por pequenas e microempresas, empreendedores que geram mais de 200 mil empregos diretos, e estima-se, pelo menos, 220 mil empregos indiretos por todo o país. Trata-se de um segmento ansioso por novidades e progresso. Não há como abordar a distribuição de seguros no mercado brasileiro sem destacar os corretores de seguros”, comemorou Vergilio.

Ele apontou que os corretores não representam custo para as seguradoras: “Este é um ponto importante que deve ser abordado de forma clara e transparente. Os corretores de seguros são responsáveis pela prospecção dos negócios; avaliam e ajudam às sociedades seguradoras na subscrição dos riscos seguráveis; acompanham os vencimentos dos pagamentos dos prêmios e das apólices de seguros, participando, inclusive, da recuperação das parcelas vencidas e não quitadas, evitando o cancelamento da apólice ou providenciando a sua reativação; acompanham e assessoram os segurados durante toda a vigência do contrato de seguro, inclusive em momento posterior à vigência nos casos de responsabilidade civil, por exemplo; acompanham variações e sazonalidades de mercado e fazem as necessárias alterações e/ou adaptações e os endossos para que os bens estejam sempre adequadamente protegidos; atuam muito consistentemente na regulação dos sinistros, ajudando a minorar os prejuízos e acelerando o pagamento das indenizações”.

Sebastián Del Brutto, presidente da Asociación Argentina de Productores de Seguros (AAPAS), falou sobre a situação da distribuição de seguros na Argentina. Ele informou que aumentou a quantidade de corretores de seguros em 10% no último ano. 68% da distribuição é feita por corretores de seguros, 11% por agentes e o restante por vendas diretas.

Os corretores de seguros argentinos estão em uma encruzilhada, porque as seguradoras estão se orientando para outros canais que não fazem parte da parceria entre os players.

Este modelo de crescimento das bigtechs proporciona uma alavanca exponencial, quando elas compram uma nova operação e agregam novos serviços aos negócios já existentes”, destacou Del Brutto.

A retenção dos clientes e o contato direto gera um comprometimento, que ativa novos negócios através de indicações. O foco do corretor está na ativação e na resolução dos problemas, no momento em que os sinistros acontecem.

As companhias têm necessidade de crescer rapidamente, e esperam que os corretores tenham mais velocidade na expansão dos negócios.

Os canais bancários criam problemas para os clientes tanto no intervalo da aquisição e do compromisso quanto no atendimento, quando não resolvem as questões e dúvidas, gerando clientes frustrados, o que é ruim para o mercado como um todo”, revelou Brutto.

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