Para muitas nações, 2023 chega com perspectivas econômicas pessimistas, impulsionadas principalmente pelo aumento do risco de recessão. Aumento da inflação, crise de energia, alta e constante volatilidade no mercado de ações e efeitos na cadeia produtiva são fatores que podem restringir a liquidez e a rentabilidade de alguns setores e afetar a solvência.
Se não enfrentarem essas ameaças com disciplina financeira e segurança cibernética, as empresas podem ter uma exposição preocupante a serem processadas por investidores ou grupos de interesse em 2023, segundo o relatório Directors and Officers Insurance Insights 2023, publicado pela seguradora Allianz Global Corporate & Especialidade (GATS).
Este relatório aborda as preocupações e áreas de oportunidade que os gestores de negócios devem ter como prioridade na pauta dos Conselhos de Administração.
E é que, segundo a recente publicação da Allianz, existe um grande risco que as seguradoras enfrentam, já que se aproximam problemas macroeconômicos e uma possível desaceleração, condições que geralmente levam ao aumento da sinistralidade.
Além disso, de acordo com Vanessa Maxwell, chefe global de linhas financeiras da AGCS, o risco cibernético continua em níveis alarmantes, tornando-se um dever fundamental dos líderes corporativos lidar com isso.
Enquanto isso, as responsabilidades relacionadas à responsabilidade social, seja com ações inadequadas sobre mudanças climáticas ou questões de diversidade e inclusão, também podem se tornar exposições de seguro significativas”, acrescentou Maxwell.
Por esse motivo, a Allianz recomenda que CEOs e diretores de empresas privadas observem e atendam seriamente a cinco megatendências que determinarão o mercado de seguros.
1.- Risco de recessão na economia.
O relatório indica que as variáveis macro acima mencionadas devem ser abordadas para evitar a exposição a riscos que possam impactar a saúde financeira, reputação ou serviço contínuo das empresas.
2.- Responsabilidade cibernética.
A segurança dos dados pessoais é um campo de atuação fundamental para os conselhos de administração, segundo o relatório. Os investidores estão cada vez mais olhando para o gerenciamento de riscos cibernéticos como um fator crítico na agenda de supervisão de riscos que as empresas estabelecem.
3.- Litigioso para quem opera nos Estados Unidos.
As seguradoras com operações nos Estados Unidos têm uma alta exposição a ações judiciais.
“Embora a frequência de litígios nos EUA tenha diminuído desde 2019 e a tendência de queda continue nos números finais de 2022, o valor total dos danos potencialmente em questão disparou”, dizem os diretores e executivos. Insurance Insights 2023.
4.- Responsabilidade social em vista.
Os requisitos de regulamentação e divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade podem ser uma fonte de reclamações e litígios sobre resposta inadequada ou não conformidade.
Segundo a Allianz, os litígios relacionados às mudanças climáticas continuam aumentando e já registraram mais de 1.200 casos abertos internacionalmente nos últimos oito anos. , em comparação com pouco mais de 800 casos entre 1986 e 2014.
5.- A criptomoeda também cobra uma conta legal.
“Isso pode não ser surpreendente, dadas as recentes flutuações na valorização das moedas digitais, que continuaram em novembro de 2022 com o colapso da segunda maior bolsa de criptomoedas do mundo”, alerta a seguradora sobre o uso desses ativos.