Os ataques terroristas do Hamas a Israel no dia 7 de outubro, além de ceifar a vida de centenas de pessoas, ainda deixou outros milhares aterrorizados, tentando deixar o país o mais rápido possível. Dentre estas pessoas encontravam-se milhares de turistas. Segundo Ministério do Turismo israelense, a estimativa de 2022 dava conta de receber cerca de 2 milhões durante o ano.
Muitos destes turistas possuem a proteção do seguro viagem. Nesta hora, as empresas de assistência têm um papel fundamental. Jaime Liniers, CEO da Allianz Partners Brasil & Latam, explica como a empresa atua em zonas de conflito:
Primeiramente, tentando acalmar o segurado e ajudando em tudo o que esteja em nossas mãos, levando em conta as circunstâncias e limitações que qualquer conflito bélico pode gerar. Por exemplo, repassando as orientações divulgadas pelo Governo Brasileiro com relação aos procedimentos referentes à repatriação (retorno ao Brasil)”.
Vale lembrar que os eventos diretamente relacionados ao conflitos são riscos excluídos das apólices de seguro. “É importante ressaltar que, do ponto de vista legal, uma região estaria em estado de guerra a partir do pronunciamento oficial do governo envolvido. A partir desse momento, a cláusula de exclusão passa a ser aplicada”, aponta Liniers. Entretanto, mesmo com a declaração oficial do Governo do local do conflito, se o segurado tiver um evento que não tenha nenhuma relação com a situação local de guerra, haverá a cobertura conforme as condições gerais. Liniers esclarece: “Por exemplo, se o segurado está no hotel, sofre uma queda no quarto (escorregou no banho, por exemplo), este evento não tem relação com a guerra, é, portanto, um evento coberto. Outro exemplo: se o segurado se machucar devido a necessidade de sair de uma situação de risco ou ficar machucado devido a estilhaços de armamento utilizado contra ele, não há cobertura pelo seguro, pois é um evento diretamente relacionado ao conflito”.
Por outro lado, ainda que em caso de evento coberto, talvez não seja possível prestar o serviço de assistência para o segurado em razão da guerra local (motivos de disponibilidade, segurança ou logística devido à situação).
Nesse caso, o segurado deverá providenciar o atendimento localmente, junto ao hotel ou a pessoas próximas de onde estiver hospedado e abrir um sinistro para avaliação do pedido de reembolso da despesa médica. Obviamente, a empresa de assistência do seguro viagem tentará sempre acompanhar o processo, mas, infelizmente, haverá limitações que poderão inviabilizar a prestação de assistência do início ao fim”, comenta o executivo da Allianz Partners.
A repatriação de cidadãos, em situações de guerra, pela empresa de Assistência 24h também é remota. “A maioria dos voos costuma ser cancelada, sendo necessário que o segurado entre em contato diretamente com a companhia aérea no aeroporto de saída da região ou com a operadora de turismo com a qual adquiriu as passagens aéreas para verificar se há voo disponível. Mas, novamente, sempre a empresa de assistência ficará do lado do segurado ajudando-o por telefone em tudo o que for possível. Por exemplo, informando para que entre em contato com o Governo ou a Embaixada”, pontua Liniers.