A Venezuela voltou a ter um evento de seguros e incluiu um painel internacional com InsurMarket Latam

O Fórum "Hablemos Seguros" reuniu o setor na Venezuela, com mais de 500 participantes. Um dos painéis contou com a presença dos diretores do 100% SEGURO, Apólice e El Asegurador, que abordaram as tendências de seguros na região. IA, Sandbox, Open Insurance, intermediação, resseguro e tudo o que está por vir.

por InsurMarket Latam

Os eventos sobre seguros voltaram à Venezuela. A revista “Hablemos Seguros & Finanzas” apresentou seu primeiro Fórum “Hablemos Seguros” 2023, realizado nos dias 28 e 29 de junho de 2023, no Hotel Eurobuilding. Este evento reuniu mais de 500 participantes das seguradoras mais reconhecidas do país, corretores, bem como representantes de diversos setores, como a Câmara de Seguradoras da Venezuela (CAV), bancos, laboratórios, farmácias e empresas de atenção médica primária.

O objetivo deste fórum foi reunir todos os setores interessados em impulsionar o mercado de seguros e saúde no país, além de conhecer mais sobre os avanços tecnológicos que são uma ferramenta fundamental atualmente e que permitirão aos segurados e seguradoras facilitar seus negócios”, destacou Pedro Villarreal, diretor geral da revista.

Durante os dois dias, foram abordados temas de interesse que contribuíram para a formação, desenvolvimento e aprendizado do mercado, com diferentes painéis apresentados pela venezuelana María Laura García, pioneira no jornalismo de saúde.

Em um deles, estiveram presentes Argentina, México e Brasil, em um encontro virtual ao vivo com a presença de executivos dos três meios de comunicação que compõem InsurMarket Latam: o argentino Leonardo Redolfi, diretor do 100% SEGURO (Argentina), Francisco Pantoja, Diretor Executivo da Apólice (Brasil) e César Rojas, CEO do El Asegurador (México).

Entre eles, traçaram um panorama sobre a visão latino-americana de seguros, com foco nas últimas tendências e novidades, especialmente aquelas potencialmente aplicáveis ao mercado em geral e à Venezuela em particular.

Tendências para a América Latina

Em primeiro lugar, os três convidados, que se conectaram virtualmente ao vivo, concordaram em destacar que a pandemia ratificou o papel crescente da tecnologia e digitalização do setor, revalidou amplamente o papel do intermediário em todos os países da região e impulsionou o conceito híbrido, tanto na modalidade de trabalho (presencial e home office como padrão) quanto na omnicanalidade comercial (presencial e digital, onde o cliente é soberano em relação à modalidade de contratação).

O conceito de resiliência foi repetido várias vezes e ecoou uma palavra utilizada em outros painéis do evento, aplicável ao seguro na América Latina: longânimo, referindo-se à perseverança e constância na adversidade, algo tão comum nestas regiões em constantes crises.

O mexicano César Rojas aprofundou em dois aspectos. Em primeiro lugar, como os agentes, corretores ou produtores de seguros (conforme conhecidos em cada mercado) se posicionaram, cuja participação nas vendas de cada país aumentou desde a pandemia, considerando a tecnologia como um concorrente e aliando-a para aumentar a eficiência e chegar a novos prospectos.

Ele também se referiu ao papel cada vez mais significativo do resseguro (incluindo a corretagem) e sua capacidade e influência no desenvolvimento do setor. Isso ocorre em um contexto de aumento do custo do capital globalmente, menor liquidez, novos riscos e a necessidade de inovar em produtos e acompanhar a transformação digital do mercado segurador.

Já Francisco Pantoja, do Brasil, abordou dois temas. O Sandbox regulatório, criado pela SUSEP em 2020, que tem como objetivo estabelecer um ambiente experimental para que as seguradoras possam testar produtos, serviços e tecnologias inovadoras dentro de um quadro regulatório mais flexível, embora sob supervisão rigorosa do órgão regulador. Com isso, muitos outros países estão começando a explorar, buscando incentivar um mercado com soluções mais competitivas, aumentar a eficácia e reduzir os preços, melhorar a eficiência dos pagamentos e a experiência do cliente. No caso do Brasil, até agora, 32 insurtechs foram admitidas em duas rodadas e algumas já estão operando como seguradoras digitais.

Ele também mencionou o Open Insurance, que permite que os segurados autorizem a troca de seus dados entre diferentes empresas autorizadas pela SUSEP. Assim, padroniza a troca de dados e serviços por meio da abertura e integração de sistemas, garantindo a privacidade e segurança das informações. Sua implementação está em andamento no Brasil, tornando-se o primeiro país a adotar esse modelo de seguros regulamentado globalmente.

Por fim, conectado a partir de Buenos Aires, Leonardo Redolfi mencionou os principais eixos de inovação que estão atualmente impactando o setor. Em relação ao papel crescente da tecnologia, destacou a inteligência artificial, automação de processos e “UX”, com o conceito de “cliente no centro” como foco, passando de uma fase em que as empresas pensavam primeiro no produto para agora pensarem no segurado.

Ele também falou sobre o conceito prestacional do seguro, a importância de gerar experiências tangíveis para essa indústria, com cada vez mais casos de sucesso.

A sustentabilidade, inclusão e o “triplo impacto” como coração da estratégia de inovação dos operadores do setor são outros aspectos que vieram para ficar, com um olhar mais social e de cuidado com o meio ambiente, transcendendo e acompanhando o benefício econômico. Isso está relacionado às ações para reduzir as lacunas de proteção e gerar maior inclusão no setor de seguros, apoiadas pela tecnologia para alcançar a base da pirâmide social.

O conceito colaborativo está ganhando terreno com o crescimento exponencial dos ecossistemas de seguros, com um novo perfil das insurtechs (que quase chegam a 500 na América Latina), complementando e não competindo com o mercado tradicional.

O desenvolvimento de seguros embutidos (embedded insurance) foi outro dos tópicos enfatizados pelo economista e jornalista argentino, como uma oportunidade de crescimento do mercado de seguros ao se juntar a plataformas de outros setores (coberturas vinculadas à venda de passagens aéreas, eletrodomésticos, atividades esportivas, etc.).

Resumindo, trata-se de uma mudança de mentalidade digital, mas que requer previamente uma mudança cultural: dos CEOs, dos colaboradores, de todas as organizações e dos reguladores”, concordaram os convidados internacionais, antes do encerramento de sua conversa.

O evento foi encerrado com um coquetel para todos os convidados, com a apresentação da cantora local Grey Lioness, onde os participantes puderam se conectar, conversar e compartilhar com colegas do setor.

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