Dias atrás, foi divulgado um ranking que destaca os maiores influenciadores do ecossistema global. Trata-se da chamada “The #50insurtech online influencer list” (ver ranking 2023), realizada pela InsurTechNews, com uma classificação baseada em dados coletados do Linkedin, Twitter, SlideShare, Webmii, NodeXL e participação de voz de outras fontes de mídia online.
Como pode ser visto, o influenciador #1 de 2023 é uma das referências neste segmento, Daniel Schreiber, CEO da Lemonade, uma marca emblemática no ecossistema de insurtech, que passou por inúmeras vicissitudes desde sua criação, com aportes milionários de capital e um modelo inovador que, pelo menos em números e perspectivas, tem tanto defensores quanto detratores. Trata-se de uma seguradora digital que oferece seguros baseados em inteligência artificial e economia comportamental. Destacam que substituem intermediários e a burocracia das empresas tradicionais, com bots e aprendizado de máquina, sem “papelada” e tudo instantâneo. Além disso, como uma empresa certificada como B, parte dos lucros é destinada a organizações sem fins lucrativos, “reconstruindo os seguros como um bem social, em vez de um mal necessário”.
O segundo da lista é Guy Goldstein, CEO e co-fundador da Next Insurance, que avançou nada menos que 12 posições. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, desenvolvimento de produtos, gestão e estratégia, e antes de fundar sua insurtech especializada no segmento de PME, foi diretor executivo da Check, uma empresa de pagamentos móveis adquirida pela Intuit por 360 milhões de dólares. Vale ressaltar que, há menos de um mês, a Next Insurance atingiu um marco importante, ultrapassando a marca de 500.000 empreendedores e proprietários de empresas com seguro comercial fornecido por eles.
Por fim, o pódio é completado pelo italiano Matteo Carbone, um palestrante internacional, consultor e embaixador global da Associação Italiana de Insurtech. Ele faz parte do conselho da HCS Capital e Net Insurance, e é fundador do think tank “IoT Insurance Observatory”.
Latam representada
Na lista, a América Latina tem seu representante. Embora seja francês, adotou nossa região como sua, sendo o mais latino de todos os franceses, trabalhando e vivendo por muitos anos, primeiro na Argentina e atualmente no Chile. Trata-se de Hugues Bertin, o especialista em insurtech #1 na Latam, que ocupa o 44º lugar entre os 50 da lista.
Graduado em atuária, com três décadas de experiência na indústria de seguros, ele é o fundador e CEO da Digital Insurance LatAm, parceiro da HCS Capital, diretor da TDI Academy e coordenador da Aliança Insurtech do Pacífico, entre outras responsabilidades.
Em diálogo com a InsurMarket Latam, Bertin explica que todos os amantes da inovação em seguros veem este ranking da InsurTechNews como um dos melhores do mundo, se não o melhor. “A maioria dos membros do top 50 são CEOs e fundadores de unicórnios (Next, Kin, Bolttech, WeFox, Lemonade…) ou investidores de capital de risco (VC) como Adrian Jones e Florian Graillot, ou especialistas em um tema específico, como o caso do reconhecido Matteo Carbone, com seu foco em IoT em seguros”.
Vale dizer que, geralmente, esses rankings são ocupados por figuras dos Estados Unidos, Europa e Israel, mas não da América Latina, apesar do grande capital humano, criativo e dos unicórnios que surgiram nessas latitudes.
“Há 6 anos, quando deixei o mundo corporativo, me perguntava se a InsurTechNews estava observando o que acontecia na América Latina, pois sempre me impressionou o potencial empreendedor, transformador e inovador dos latino-americanos. A energia desde Monterrey, no México, até Ushuaia, na Argentina, é única. E que eu saiba, a América Latina, incluindo o Brasil, nunca apareceu representada neste ranking”, destaca o influenciador franco-latino.
Por isso, destaca: “Entrar neste top 50 – ocupando o 44º lugar – me enche de alegria por tudo o que o ecossistema na América Latina está criando, seja na Argentina, Chile, Colômbia, México, Brasil e até na América Central. Não vejo isso como um reconhecimento pessoal, mas sim como um prêmio coletivo ao nosso continente, que supera qualquer tormenta natural, política ou econômica”.