(RIO DE JANEIRO) ENVIADOS ESPECIAIS.- Após o coquetel de abertura realizado na tarde de domingo, 24 de setembro, os dias 25 e 26 daquela semana foram o epicentro onde mais de 1800 executivos de 39 países de todo o mundo participaram de atividades de todos os tipos.
No Centro de Convenções Windsor, foram organizadas palestras e painéis de discussão na FIDES Rio 2023, a 38ª edição da Conferência Hemisférica de Seguros organizada pela FIDES e pela CNSeg em Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Foi um encontro de alto nível, que serviu para atualização, realização de reuniões de trabalho, novos negócios, reencontro com colegas e contatos, com reuniões plenárias, palestras simultâneas, encontros privados e formalização das novas autoridades da Federação que assumirão em janeiro de 2024: o chileno Jorge Claude substituirá Rodrigo Bedoya (presidente da Associação Boliviana de Seguradoras) como presidente da FIDES, para o período 2024-2026; e o panamenho Luis Enrique Bandera, ex-presidente da entidade, assumirá como Secretário-Geral, em substituição ao argentino Francisco “Pancho” Astelarra, que se aposentará.
Sem dúvida, um dos momentos mais importantes ocorreu na abertura oficial, onde foi demonstrado o quão bem o Brasil trabalha o “lobby” político e a importância da interação entre público e privado e o setor trabalhando em conjunto com as autoridades nacionais, legisladores e judiciário.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, destacou que o Brasil está experimentando “uma recuperação em sua confiança e papel de líder internacional” e que a atual conjuntura geopolítica representa uma grande oportunidade para toda a América Latina e, em particular, para o Brasil.
Para o executivo, “a indústria de seguros desempenha um papel fundamental na melhoria da vida das pessoas e viabiliza planos e projetos. Na juventude e na maturidade, a cobertura de seguros é o que alimenta os sonhos, torna os planos possíveis e cria oportunidades”.
Nossa grande missão é fazer com que a sociedade perceba nosso papel e que contribuamos para o crescimento do país e a qualidade de vida. Devemos gerar seguros para um mundo mais sustentável, mostrar resultados concretos, com ferramentas e metodologias para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e impulsionar as inovações tecnológicas mais modernas”, disse Oliveira.
Rodrigo Bedoya, presidente da FIDES, falou sobre os desafios que o setor de seguros deve enfrentar:
- -a baixa penetração de seguros na América Latina, já que muitas pessoas e empresas não têm acesso a eles ou não reconhecem sua importância;
- a falta de educação financeira e cultural sobre seguros na região;
- o desenvolvimento de seguros inclusivos para proteger os ativos das famílias e empresas mais desfavorecidas;
- as dificuldades na regulamentação e supervisão, para torná-las atualizadas e promover maior competitividade;
- a exposição da América Latina a eventos catastróficos, que requer uma gestão de riscos mais avançada;
- os riscos relacionados à cibersegurança, incluindo proteção de dados, prevenção de fraudes digitais e continuidade operacional;
- sustentabilidade e mudanças climáticas, com maior demanda por produtos e restrições de cobertura para limitar exposições; e
- acesso à tecnologia e digitalização.
Devemos abraçar a diversidade em todas as suas formas, pois é a melhor maneira de promover comunidades mais desenvolvidas e justas”, concluiu Bedoya.
Armando Vergilio, presidente da Fenacor, apresentou números que destacam o forte papel dos intermediários em seu país: 133 mil corretores e 60 mil empresas de intermediação, que representam 90% dos seguros emitidos no Brasil, gerando mais de 200 mil empregos diretos.
O Brasil é a 8ª maior economia do mundo, mas o mercado de seguros ocupa o 18º lugar. Isso não pode ser. Está errado. Devemos crescer e recuperar o tempo perdido, podemos fazer isso e devemos dobrar de tamanho nos próximos sete ou oito anos”, enfatizou Vergilio.
Alessandro Octaviani, superintendente da Susep, concordou que “com diálogo, podemos construir uma melhor indústria e colaborar para o crescimento da atividade econômica”.
Seguros têm a ver com qualidade da democracia, e a presença de tantos funcionários de alto escalão demonstra isso”, destacou Octaviani.
Como mencionado, no palco estavam presentes o ministro Luis Roberto Barroso (presidente do Supremo Tribunal Federal), o senador Rodrigo Pacheco (presidente do Senado Federal), Cláudio Castro (governador do Rio de Janeiro) e Eduardo Paes (prefeito do Rio de Janeiro), representando os três poderes do Estado.
Os três níveis de poder estão aqui para mostrar a importância de trabalhar independentemente, mas em conjunto e harmonia. Devemos trabalhar em uma agenda de consenso para o futuro do país, com foco na luta contra a pobreza, no desenvolvimento sustentável, na melhoria da educação e saúde, e no investimento em ciência e tecnologia. A atividade de seguros desempenha um papel fundamental em cada uma dessas áreas”, destacou Barroso.
Depois, o senador Pacheco esteve presente na FIDES Rio 2023, “representando o Congresso Nacional para fortalecer o mercado de seguros e o relacionamento com seus principais atores”.
O diálogo entre todos os setores, com garantias do Estado de Direito, é de importância central, e devemos encontrar soluções e avançar em um consenso em direção ao futuro”, disse Pacheco.
O painel foi encerrado por ambos os funcionários do Rio de Janeiro, que elogiaram tudo o que o estado e a “cidade maravilhosa” representam para o país, agradecendo pela escolha deste local para a realização desta conferência hemisférica.