Segurados estão dispostos a compartilhar dados: abre-se o caminho da Open Insurance

Os brasileiros ainda vêem pouco valor envolvido nos produtos de seguro, por isso o Open Insurance pode ser uma oportunidade de aproximar o mercado da sociedade. Conversamos com Laura Maconi (Oliver Wyman), Manuel Matos (Fenacor) e Dyogo Oliveira (CNseg) sobre isso e muito mais.

por InsurMarket Latam
El camino del Open Insurance

Segundo definição da Superintendência de Seguros Privados, o Open Insurance, ou Sistema de Seguros Aberto, é a possibilidade de consumidores de produtos e serviços de seguros, previdência complementar aberta e capitalização permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes sociedades autorizadas/credenciadas pela Susep, de forma segura, ágil, precisa e conveniente. Para entregar esses benefícios ao consumidor, o Open Insurance operacionaliza e padroniza o compartilhamento de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas, com privacidade e segurança.

De acordo com pesquisa realizada pela consultoria de gestão e estratégia Oliver Wyman o novo ecossistema, quando totalmente operacional, impactará positivamente o mercado de seguros no Brasil, ampliando e melhorando a oferta de produtos e serviços, ao permitir que o cliente compartilhe seus dados, de maneira segura e fácil, entre seguradoras e com sociedades iniciadoras de serviços de seguros.

Laura Maconi, sócia da área de serviços financeiros da consultoria Oliver Wyman no Brasil, avalia que as pessoas estão dispostas a compartilhar seus dados, especialmente se isso implicar em benefícios concretos. “Por isso, a comunicação clara é tão importante, além da tangibilização, por parte das seguradoras, como um preço mais baixo e um produto mais customizado”.

O Open Insurance é visto como transformacional, por sua capacidade de acesso a uma base mais ampla para verificar o perfil de risco do cliente, além de descobrir o que ele precisa.

O consentimento do cliente é o ponto sensível desta operação. Sem ele, ou autenticação, não é possível avançar neste projeto. Nos marketplaces de seguros será possível comparar, de forma mais efetiva, valores de apólices, condições, de maneira integrada aos seus dados.

A interoperabilidade entre o ecossistema do Open Insurance e o de Open Banking é uma grande oportunidade para que o cliente possa consolidar e gerenciar toda sua vida financeira (de forma mais ampla) em um único lugar. Porém, apresenta desafios significativos em termos de governança dos ecossistemas e tecnologia que precisam ser cuidadosamente planejados. A interoperabilidade só poderá começar após a implementação dos dois ecossistemas estar completa e a operação estável.

 

A inserção do Brasil no cenário da América Latina

Dyogo Oliveira, presidente executivo da CNseg, Confederação Brasileira das Seguradoras, fala sobre a importância do país para a América Latina.

O Brasil representa 50% do volume de prêmios da América Latina e possui grande relevância, por sua complexidade, desenvolvimento e variedade de produtos.

“Temos um relacionamento muito forte com outros países da região”, diz Oliveira.

Ele acredita que os países possuem os mesmos problemas e mesmo nível de maturidade e há um ganho muito grande na integração do trabalho. “Precisamos estar mais próximos, ganhando com as experiências dos outros”.

Ele destacou a realização da Fides no Brasil, em setembro de 2023. Oliveira também informou que os países da região demonstram interesse pela nova legislação de Open Insurance no Brasil, que será um grande tema para troca de informações.

 

O distribuidor no Open Insurance

O presidente em exercício da Fenacor – Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Brasil), Manuel Matos, informa que os corretores têm um mar de oportunidades, com uma nova lei brasileira que reforça seu papel de intermediário oficial. Ele também fala sobre a participação dos corretores no Open Insurance.

 

Cronograma de implantação do Open Insurance

 

Participação dos Corretores de Seguros

De acordo com o presidente em exercício da Fenacor, Manuel Matos, estes profissionais já participam do Open Insurance na prática, fazendo parte da infraestrutura de distribuição do seguro no país. “Junto com as seguradoras nós colhemos as informações durante o arco de vida da vigência do contrato de seguros. O Open Insurance é o corretor de seguros”, sentenciou Matos.

 

Veja o vídeo com as declarações completas do presidente da Fenacor

 

Pelo lado das seguradoras, Dyogo Oliveira, da CNseg, já enxerga um interesse de outros países da América Latina pela legislação brasileira. “Somos o primeiro país do mundo em termos de implementação e, certamente, este é um tema que pode gerar grande interação e compartilhamento com os países da região”, completou.

 

Veja o vídeo com a entrevista com Dyogo Oliveira, Diretor Executivo da CNseg

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