Forte demandante de seguro, Mineração investe cada vez mais em projetos sustentáveis

Cristiane Alves, Head de Mineração e Metais da Gallagher Brasil.-

por Cristiane Alves

O Brasil é estratégico para o mercado de Seguros por dois motivos:  um país gigante com uma cultura do seguro ainda não totalmente consolidada, atrelado à demanda de grandes investimentos e projetos setoriais que vão exigir um universo cada vez mais amplo de seguros. Dada uma agenda de oportunidades atraentes de crescimento em longo prazo, participantes estrangeiros de destaque continuam demonstrando interesse em entrar ou ampliar seus negócios por aqui.

No setor de Mineração vemos um movimento parecido. Essa indústria sempre se destacou como um dos maiores demandantes de seguros de grandes riscos e isso só deve aumentar por várias razões. Grandes investimentos têm sido realizados com o objeto de se eliminar a utilização de barragens de rejeito, além de se contratar projetos que reforcem a segurança das estruturas existentes. A agenda ESG também tem provocado uma série de iniciativas que demandam projetos para modernizar as operações das mineradoras, além de intensificar a busca por minerais necessários para a transição energética.

Todos estes investimentos precisam estar cobertos por seguros que é a garantia para investidores de que se um sinistro ocorrer, não haverá perda financeira.

Tanto a Mineração como o Seguro são importantes para o desenvolvimento econômico e social do país.  O primeiro, contribui diretamente em diferentes frentes, sustentando o crescimento industrial e a geração de empregos. O segundo, cumprindo função social, garante que em caso de sinistros, a empresa possa retornar suas operações no menor tempo possível, preservando empregos diretos e indiretos, a receita dos fornecedores, e a sua permanência no mercado.

Outro ponto importante a se destacar quando tratamos de seguro para mineradoras, é o desafio de obtenção de capacidade de resseguro, principalmente após eventos que envolveram rompimentos de barragens. Por outro lado, o ponto positivo é que  na análise e subscrição de riscos, cada vez mais se leva em conta o tripé ESG – de meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa -, que passa a ter como ativos a transparência e a responsabilidade para com os investimentos das companhias e as metas de resultados. Diante deste cenário, essencial para a atração de investidores e a contratação de investimentos financeiros, as empresas estão mais atentas aos imprevistos de suas operações e têm total consciência da importância do seguro e do resseguro na garantia e proteção do capital investido.

Ao projetar novos investimentos, as mineradoras procuram oportunidades que se alinhem com os próprios objetivos e prioridades das comunidades locais, respeitando suas culturas e tradições, estabelecendo um diálogo amparado pelo respeito e pela transparência.

Vivemos a construção de uma nova matriz produtiva mais verde e adequada aos novos tempos. As práticas ESG jogam luz ao gerenciamento não apenas do ambiente operacional das companhias, mas também dos desafios sociais e regulatórios. Destaco ainda os esforços para a transição a uma economia de baixo carbono e ampliação da matriz energética de fontes renováveis em diversos setores da economia, preocupação diante das mudanças climáticas que também faz parte da agenda da Mineração.

Em um nível prático, esses modelos operacionais devem facilitar a visibilidade, a atribuição de responsabilidade e a colaboração entre os departamentos, juntamente com uma estrutura de governança clara, trazendo uma realidade mais sustentável para o setor, quando amparada pelos seguros.

Nesse contexto, o resseguro também possui papel fundamental na expansão e manutenção de um mercado segurador saudável economicamente e de um segmento de minérios mais sustentável.

Afinal, sem a proteção do seguro e do resseguro, grandes investimentos e grandes operações se tornam muito mais arriscadas. Dentro da análise de riscos, onde as seguradoras têm investido em profissionais competentes e com grande grau de conhecimento, é possível criar condições visando minimizar impactos às operações essenciais ao crescimento e desenvolvimento econômico e social.

É nesta direção, dada à necessidade de grandes projetos de infraestrutura e de cibersegurança, que as seguradoras e resseguradoras estão pautando hoje os seus investimentos. Atendimento customizado e profissionais especializados, capazes de entender tais demandas, cada vez mais serão valorizados e encontrarão um mercado robusto e em fase de crescimento.

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