Brasil realiza conferência pre-Fides 2023: todos os detalhes

Objetivo do evento organizado pela CNseg foi antecipar temas como ASG e Riscos Cibernéticos para a troca de experiências entre os membros da Fides-Sul

por InsurMarket Latam

COBERTURA EXCLUSIVA.- Brasília recebeu o evento Oficina Brasil Fides de Inovação em Seguros, organizado pela Confederação Nacional das Seguradoras, CNseg. O objetivo do evento foi antecipar temas que serão discutidos na conferência para que os países membros pudessem trocar experiências e aplicar as boas práticas. Ana Paula de Almeida Santos, diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo da entidade, ressaltou que “o tema da sustentabilidade, riscos cibernéticos e inovação tem pautado todas as conversas em nível empresarial a todo momento. Por isso, a necessidade de realizar esta primeira entrega da região Sul da Fides, representada por Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e Argentina.

Gustavo Trias diretor executivo da Associação Argentina de Companhias de Seguros – AACS, ressaltou que os dois temas são novos e incipientes em nosso setor, por isso ainda falta muito desenvolvimento e compartilhamento de informações entre os países vizinhos.

Hoje, o nosso maior problema é a crise econômica, porque afeta o desenvolvimento futuro da sustentabilidade e do meio ambiente. Por conta da crise que precisa ser tratada diariamente, deixamos de lado outros pontos. Olhamos para o futuro com otimismo para que possamos trabalhar com os reguladores para oferecer novos produtos”, disse Trias. Os produtos de investimento são um problema, porque eles precisam ser sustentáveis e de qualidade, entretanto, a crise econômica nos faz olhar para o outro lado. A situação macroeconômica da Argentina é grave, temos inflação, falta de dólares e dificuldade para importar. No mercado de seguros sofremos com a inflação e com a falta de dólares para pagar os sinistros.

Alejandro Veiroj, diretor executivo da Audea – Associação Uruguaia de Empresas de Seguros, participou do evento por videoconferência e ressaltou que as propostas da agenda ASG ainda são incipientes, pois não há nenhuma norma ou regulamentação em seu país.

Há um protocolo de intenções das empresas que atuam no mercado”, ponderou.

A Audea segue três linhas estratégicas: a primeira é a conscientização de atividades, com a criação de mesa técnica sobre seguros sustentáveis e ações estratégicas para o ano de 2023. Ele informou também que há um esforço para integrar o Microinsurance Network, para poder diagnosticar o cenário uruguaio e iniciar novos processos de microsseguros. A segunda estratégia é a oportunidade de desenvolver o mercado com expectativa de promover o aumento dos seguros de vida. “Nosso país está subdesenvolvido, por isso queremos criar alternativas de acesso da sociedade para melhorar a rede de proteção e diminuir a desigualdade social”. A terceira estratégia é trabalhar com o regulador para melhorar os investimentos das empresas de seguros e permitir a adesão a produtos verdes, trabalhando em conjunto com o Banco Central.

O Paraguai é um país com grande potencial para os seguros agrícolas. Entretanto, a superintendência de seguros do País ainda não dá suporte regulatório para os riscos climáticos.

O seguro agrícola tem pouco mais de 10 anos e são poucas as empresas que trabalham com isso, mas a área tem grande importância na economia paraguaia. As coberturas são difíceis de serem atendidas. Estamos entrando no assunto do reflorestamento, com empresas de celulose começando a atuar no país, o que estimula o surgimento de novos produtos”, explicou Antonio Vaccaro, presidente da Associação Paraguaia de Companhias de Seguros – APCS.

Em 2022 foi estabelecida a norma que obriga a aplicação de critérios das normas de ASG ao setor de seguros. Uma norma de 2010 exigiu que as companhias líderes de mercado tivessem critério de governança corporativa. “14 empresas concentram 78% do mercado e cumprem as normas de 2010. A nova norma da diretoria do Banco Central, responsável pela regulação, fez com que cada superintendência estabelecesse seus prazos para a aplicação”, contou Vaccaro.

Em fevereiro de 2022 saiu a resolução para o cumprimento das normas, usando critérios de proporcionalidade, magnitude e importância para ir adequando cada empresa.

As empresas pequenas e rentáveis estão com muitos inconvenientes, e com poucos funcionários, se veem impossibilitadas de cumprir todas as normas de governança. Na prática , estão em trauma de quebra de paradigmas, porque muitas normas estabelecidas não são correção de mercado, mas compromissos assumidos pelas empresas internacionalmente. É importante manter a globalização, mas com a individualidade de cada mercado”, sentenciou o presidente da APCS.

 

 

 

 

 

 

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