ENVIADOS ESPECIAIS – Foi a oitava edição. E sem dúvida, a de melhor desempenho. De 31 de outubro a 2 de novembro, o Mandalay Bay de Las Vegas foi mais uma vez a sede do InsureTech Connect, onde mais de 9.200 credenciados dos 5 continentes estiveram presentes.
Um primeiro dia com pré-conferências e um volume de participação e público como nunca antes visto. Já que o prato principal começou no segundo dia, quarta-feira, 1º de novembro, com a abertura do palco principal onde ocorreram as palestras com os palestrantes principais, e ao mesmo tempo a inauguração de uma mega Expo Hall, que abrigou centenas de estandes (os principais patrocinadores puderam expor aqui, que em 2023 ultrapassaram os 700), palcos, experiências, jogos e até um lugar para animais de estimação.
Para InsurMarket Latam, sempre presente nos principais eventos de seguros do mundo, é difícil resumir em poucos temas o que aconteceu em mais de 100 painéis, a maioria deles simultâneos. Mas, sem dúvida, o tema central em quase todas as mesas de debate e nas mesas dos CEOs foi o crescente protagonismo da Inteligência Artificial e IA Generativa, com pesquisas e casos de sucesso que indicam o protagonismo crescente no seguro, especialmente no que diz respeito à subscrição, experiência do cliente e reclamações.
“A IA tem um grande poder de transformação e de revolucionar a indústria de seguros, melhorando a avaliação de riscos, processamento de sinistros e o envolvimento com os clientes por meio do conhecimento baseado em dados e sua automação”, afirmou em uma das palestras Craig Weber, Head of Insurance Strategy da Cognizant.
E acrescentou que “os executivos do mercado devem estar cientes de questões éticas e regulatórias ao implementar a IA, enquanto abordam aspectos relacionados à qualidade dos dados e treinamento de sua equipe no assunto”. Sem dúvida, aplicá-la é complicado, pois existem regras a serem respeitadas e é preciso lidar com o manuseio de dados, o que requer aprendizado e adaptação das pessoas.
Nessa mesma linha, Eduardo della Maggiora, CEO da Betterfly, primeiro unicórnio social da Latam, afirmou que “a Inteligência Artificial afetará positivamente a indústria de seguros como nenhuma outra indústria. Não consigo pensar em muitas indústrias onde o vento a favor da Inteligência Artificial seja tão tangível hoje em dia”.
Existem muitos processos na indústria de seguros que são repetitivos e previsíveis, por isso, na opinião dele, “nos próximos 18-24 meses veremos uma mudança como nunca vimos na indústria insurtech desde que foi criada”.
Os canais digitais continuam a crescer fortemente, mas fundamentalmente através de agentes, corretores e intermediários e não necessariamente de forma direta. “Os grandes corretores, para expandir, sentem que sua força de vendas não é suficiente para atender cada cliente e prospecto, por isso buscam avançar na omnicanalidade e chegar a novos públicos com plataformas digitais”, afirmou o CEO da bolt, Jon Walheim, para quem a IA é fundamental para colaborar nesse desafio.
“Hoje, 90% das pessoas começam comprando online. A chave é personalizar a experiência e saber o que o cliente demanda. O mercado está caminhando para uma hiper personalização. O que as pessoas veem na Amazon ou empresas desse porte, é o que esperam do mercado de seguros, a barra está muito alta”, acrescentou Tod Kiryazov, Co-Founder/CPO da Insurify.
Como complemento a isso, Amir Kabir, General Partner da AV8 Ventures, indicou: “É necessário trabalhar em nichos e segmentos de negócios específicos em seguros. Em cobrir e especializar-se em necessidades muito pontuais, onde a tecnologia junto com o seguro são o casamento necessário”.
Um dos palestrantes principais foi Gary Vaynerchuk, um empreendedor russo-americano, quatro vezes best-seller, palestrante e uma personalidade da Internet reconhecida em todo o mundo, com mais de 44 milhões de seguidores nas redes sociais. Em sua opinião, o futuro passa por três eixos: Inteligência Artificial, Blockchain e conteúdo em redes sociais, especialmente no LinkedIn, uma rede ainda subexplorada dentro do mercado de seguros.
Outro tema proeminente foram os seguros incorporados, que continuam a crescer fortemente e permitem gerar negócios por meio da sinergia com outros setores, como a venda de seguros na indústria da construção e imobiliário, viagens, comércio exterior, esportes, etc.
A telemática continua avançando, com mais ênfase nos mercados desenvolvidos do que na América Latina, onde as seguradoras estão cada vez mais conectadas a carros conectados, com benefícios visíveis para o mercado e para os segurados, com seguros personalizados de acordo com hábitos de direção e dados-chave para prevenir acidentes e, em caso de sinistro, conhecer em detalhes as responsabilidades e o que aconteceu antes e depois de uma colisão.
Latam Zone Experience
Este ano, como novidade, houve a chamada “Latam Zone Experience”, dentro do Expo Hall, com conteúdo específico para nossa região, espaços para reuniões de negócios, estandes, etc. Ali, as insurtechs latino-americanas tiveram um papel proeminente, com 300 executivos da América Latina presentes, principalmente de startups.
Algumas delas participaram do “Insurtech Investor Pitches”, com 12 expositores de diferentes países, que contou com quatro empresas no primeiro dia e mais oito no segundo dia, destacando o grande poder empreendedor da América Latina, com propostas de valor mais do que interessantes, e um ecossistema que está perto de atingir as 500 insurtechs.
Exibiram-se os principais executivos da MiCompa, LightIT, Journey Sports, Ahorra e Mutuus (México), Jooycar, Embedx e Tutenlabs (Chile), Sostengo (El Salvador), Goose Insurance e Cogo Insurance (Estados Unidos), e Baoba Insurance (Hungria e Canadá).
Para encerrar, como em cada ITC, houve uma festa noturna, com música ao vivo e drinques, na piscina principal do Mandalay Bay, com uma banda icônica como a “Earth Wind and Fire”, autora de grandes sucessos. Uma grande experiência, que permitiu conectar os principais atores do seguro das diferentes latitudes do planeta.