Pela primeira vez, as mudanças climáticas encabeçam a lista de preocupações dos especialistas em todas as regiões do mundo e se torna a principal preocupação do público em geral nos Estados Unidos. No ano passado, especialistas dos EUA classificaram o risco cibernético em primeiro lugar e especialistas asiáticos em segundo lugar.
Estas informações estão na nona edição do Relatório de Riscos Futuros, produzido pela AXA. A pesquisa global mede e classifica a evolução das percepções de riscos emergentes. Baseia-se nas respostas de um painel de 4.500 especialistas em risco de 58 países e uma amostra representativa de 20.000 pessoas de 15 países. Este relatório é produzido em parceria com o instituto de pesquisa IPSOS e a consultoria de análise geopolítica Eurasia Group.
Os riscos geopolíticos vêm em segundo lugar, superando os riscos cibernéticos e pandêmicos. 95% dos especialistas pesquisados esperam que as tensões geopolíticas persistam e se espalhem pelo mundo. Como consequência indireta, os riscos relacionados à energia estão agora em quarto lugar, acima do 17º lugar no ano passado.
Os riscos econômicos estão aumentando e alimentando as tensões sociais. Pela primeira vez, os especialistas classificam três riscos econômicos em seu top 10: instabilidade financeira, deterioração macroeconômica e estresse monetário e fiscal. A inflação está se tornando uma preocupação importante tanto para especialistas quanto para o público em geral.
A edição de 2022 do Relatório de Riscos Futuros da AXA descreve um mundo superaquecido, onde as crises se acumulam. Também confirma tendências subjacentes, como o medo das mudanças climáticas, um maior senso de vulnerabilidade entre as populações e o declínio da confiança nas principais instituições para encontrar soluções sustentáveis. Estas tendências apontam para um risco adicional, o sentimento de impotência, num momento em que precisamos da mobilização de todos os atores para dar respostas coletivas, inovadoras e coordenadas”, disse Thomas Buberl, CEO da AXA.
Na população em geral, o sentimento de vulnerabilidade mantém-se num nível muito elevado (80% dos inquiridos consideram-se mais vulneráveis do que há cinco anos), e está mesmo a aumentar face a alguns riscos como as mudanças climáticas e a crise energética. Além disso, a confiança em certas categorias de tomadores de decisão para encontrar soluções está piorando, principalmente no que diz respeito às autoridades públicas (58% vs. 62% em 2021), empresas privadas (45% vs. 47% em 2021) e até cientistas (66% vs. 75% em 2021). Esta tendência geral pode ser explicada pelo facto de o público considerar que o nível de preparação das autoridades públicas para determinados riscos – como as mudanças climáticas, as tensões cibernéticas ou geopolíticas – é insuficiente.