ITC Vegas 2023: a perspectiva de três empresas de tecnologia sobre o negócio de seguros na América Latina, com foco em IA e Dados

O Mandalay Bay, em Las Vegas, foi mais uma vez o local do InsureTech Connect. Lá, conversamos com os diretores de três reconhecidas empresas de tecnologia: José Quiroz (Equisoft), Dino Draghi (Guidewire) e David Soto (Softtek).

por InsurMarket Latam

ENVIADOS ESPECIAIS – Sem dúvida, a tecnologia desempenha um papel de destaque em cada edição do InsureTech Connect. ITC Vegas 2023 não foi exceção, onde tudo relacionado à digitalização, dados, Inteligência Artificial e automação ganhou destaque como nunca antes.

Neste contexto, a InsurMarket Latam conversou com executivos de três empresas de tecnologia profundamente enraizadas no mercado de seguros para conhecer o presente deles, a experiência no ITC e as oportunidades/tendências que estão moldando a agenda do negócio de seguros na América Latina.

Estamos nos referindo a José Quiroz, Diretor de Marketing e Alianças Globais da Equisoft; Dino Draghi, Diretor Comercial da Guidewire; e David Soto, Diretor Global da Softtek.

 

InsurMarket Latam: O que vocês podem destacar sobre sua empresa, considerando o presente e o futuro imediato?

José Quiroz: A Equisoft se consolidou como líder no desenvolvimento e implementação de soluções digitais, especificamente para os setores de seguros e gestão de patrimônio. Atualmente, estamos experimentando um crescimento significativo, não apenas em mercados-chave como México, Colômbia e Chile, mas também em outros países.
Nossa solução Core é líder de mercado, reconhecida como uma das soluções mais destacadas na América Latina, com a designação de ‘Luminary’ pela Celent, o que é uma honra e reflete o compromisso de nossa empresa com a excelência.

Quanto a projetos, estamos realizando diversas iniciativas estratégicas, desde a modernização de sistemas legados até a implementação de soluções digitais para aprimorar a tomada de decisões e a eficiência operacional. Nosso objetivo é claro: impulsionar a transformação digital de nossos clientes, permitindo que ofereçam serviços mais eficientes e personalizados.

Dino Draghi: O papel da Guidewire está fortemente relacionado ao foco intenso na segmentação de seus serviços, trabalhando em uma camada robusta de microsserviços, trazendo conectividade e um padrão na indústria em relação ao uso de APIs e às melhores metodologias de desenvolvimento e conectividade. A empresa cresceu muito na parte de parceiros que já estão preparados para operar dentro da plataforma. Agora, há um marketplace de ferramentas na Guidewire, quase 180 que os clientes podem consumir, testar, experimentar e adicionar ao seu produto.

Trabalhamos muito com o conceito de que toda a plataforma central da empresa é atualizada de maneira superprática, trazendo sempre algo novo, um gadget ou recursos específicos daquela linha de negócios que o cliente possui ou coisas novas que o mercado está trazendo. Por exemplo, ultimamente, fala-se em IA generativa, um tema com o qual começamos a experimentar para atendimento ao cliente, personalização de serviços de sinistros e desenvolvimento de produtos.

David Soto: A Softtek é uma consultoria sediada no México. Somos uma empresa de sistemas e serviços, uma integradora. Atualmente, temos uma forte presença na América do Sul. Estamos verticalizados há alguns anos, com um forte foco em seguros e saúde. Esse é o nosso presente.

E nosso futuro é continuar crescendo, continuar nos especializando. E, acima de tudo, com tudo o que está chegando, poder atualizar toda a oferta de serviços e levá-la aos clientes e ajudá-los na transformação digital cada vez mais rápida e necessária.

 

IML: O que vocês tiraram do ITC Vegas e quais foram os tópicos mais envolventes?

José Quiroz: O ITC foi uma experiência enriquecedora. Confirmamos que o tema dominante é, sem dúvida, Dados e IA. Em um mundo impulsionado pela Inteligência Artificial, é crucial que as seguradoras não apenas se concentrem em como estruturar e proteger seus dados, mas também em como usar a tecnologia para resolver desafios reais de negócios.
Não se trata de a tecnologia definir estratégias comerciais, mas sim de servir como um meio eficaz para alcançar objetivos comerciais, melhorar a experiência do cliente e otimizar processos internos.

Dino Draghi: O ITC nos pareceu espetacular. Tudo está crescendo cada vez mais, e temos soluções que contribuem para toda a cadeia de seguros. As soluções começam a se conectar entre si, o que traz um conforto para cada cliente de não precisar lidar com diferentes tipos de contratos, diferentes tipos de conexões entre diferentes soluções, proporcionando uma estabilidade muito grande ao mercado.

Em relação ao novo, tudo o que envolve análise, toda a parte de Inteligência Artificial Generativa, como explorar melhor o tema de fazer o seguro único para cada cliente, mas sem perder a produtividade na empresa. Acho que esses são os grandes objetivos que estamos alcançando.

David Soto: Gostei muito do evento. Como todos os anos, acredito que é um dos eventos ou o evento mais importante que existe. Há uma presença de todos os parceiros que conhecemos e estamos procurando, e também estamos conseguindo encontrar. As conversas são facilitadas, além das palestras, que são interessantes, principalmente o one-to-one com os clientes e parceiros. Acredito que isso foi o que mais valor nos proporcionou, pelo menos para nós, como Softtek. O que estamos procurando na parte de especialização são alguns parceiros que nos ajudem a melhorar ou complementar alguns dos nichos em que ainda queremos crescer.

E em termos de tecnologias, é claro, não podemos deixar de mencionar toda a parte de IA, Inteligência Artificial Generativa, tudo o que está chegando e como está sendo implementado concretamente e como está agregando valor às empresas.
Já temos várias iniciativas, mas o que também estamos vendo é como as diferentes marcas estão implementando isso e, sobretudo, torná-lo parte de nossa oferta e ver como isso se desenvolve também na América Latina. Essa é outra das questões que sempre existem, porque às vezes vemos muitas coisas nos Estados Unidos. Felizmente, aqui temos toda essa camada de empresas da América Latina e clientes da América Latina que também nos ajudam a ver tudo o que está sendo discutido, o que e como pode ser implementado na América Latina, o que, de fato, é muito. E acredito que hoje é o momento em que podemos fazer a transição mais rápida da América Latina para qualquer uma das tecnologias que estão sendo implementadas nos Estados Unidos ou na Europa, porque às vezes as barreiras são muito mais baixas.

 

IML: Qual é a visão de vocês sobre o mercado segurador latino e quais são as oportunidades?

José Quiroz: A América Latina está em uma encruzilhada importante em termos de digitalização. Embora ainda haja uma lacuna significativa na adoção de processos totalmente digitais, especialmente em comparação com outros mercados, é vital que as seguradoras deem o passo em direção à nuvem e adotem processos digitais automatizados. Isso não apenas permitirá que lancem produtos mais rapidamente e respondam às necessidades do mercado em tempo real, mas também aprimorará sua capacidade de gerenciar riscos e custos. Embora o caminho para a digitalização completa possa parecer longo, as possibilidades que isso abre para a inovação e o atendimento ao cliente são realmente promissoras.

Dino Draghi: Entendo que teremos melhores custos de maneira geral e melhores resultados com as ferramentas que temos. Existe um problema muito forte que precisa ser abordado simultaneamente, que é a cultura do seguro na América Latina. Acho que a cultura do seguro, a cultura de consumir novos seguros, é algo em que a tecnologia nos apoia muito, seja em microsseguros ou na transformação de seguros tradicionais, como residencial, automóveis e outros seguros que temos.

David Soto: Vejo um futuro brilhante porque, embora tenha começado em desvantagem na digitalização, acredito que desde a pandemia todos têm o acelerador ligado. Todas as seguradoras já têm um plano de transformação digital em execução. Não há ninguém que não tenha feito nada: há os mais avançados, pode haver os menos avançados em relação aos outros, mas acredito que daqui para frente permitirá a muitos deles até encontrar novos modelos de negócios. Estamos vendo vários de nossos clientes aproveitando a digitalização para adotar seguros incorporados, comércio eletrônico, com diferentes plataformas que até agora não estavam funcionando. E acredito que a partir daí, com redução de custos, com digitalização e até mesmo, em vários dos clientes que temos, com abertura de fronteiras dentro da região, acredito que permitirá que tenham um crescimento muito mais rápido e sustentável.

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